Questão de Ótica
Como já era de costume, Lia estava no dia e horário marcado para
a sua consulta semanal.
Vitor sempre
muito gentil, fazia o possível para que ela senti-se a vontade, talvez porque
lembra-se da frase: "Tudo depende de como vemos as coisas, e não de como elas são." (Carl Jung)
Lia que só
pretendia falar pra aliviar a tensão e o stress do dia, inicia um monólogo até
se dar conta que Vitor a analisava com um sorriso nos lábios. Naquele instante
Lia perdeu-se em seu monólogo ao notar aquele olhar atento e aquele sorriso
lindo, que se revelava ainda mais lindo à medida que a caneca se distanciava da
boca de Vitor.
Lia morde os lábios numa tentativa inútil de se controlar diante
daquele sorriso encantador. Ela então se levanta e caminha em direção a
poltrona em que Vitor
está sentado, tira-lhe das mãos a caneca colocando-a em um lugar seguro e com
toda delicadeza tira-lhe também os óculos como se o despi-se. Vitor atônito com
a atitude de Lia agora estava sério, completamente vulnerável. Ela o olha no
fundo dos olhos e o beija de uma forma urgente e suave...
Vitor ainda sem
ação olha firmemente para Lia enquanto ela torna a colocar os óculos em sua face
e sem receio algum ela diz: “Na mira de suas lentes me sinto vulnerável,
desarmada, quase nua, mas mesmo assim quero continuar refletida nelas...”
Então o silêncio
se instaurou por alguns minutos a fim de procurarem a razão totalmente perdida
diante dos fatos. Vitor levanta pra tomar de volta sua liderança, olha para Lia
e diz: Tenha uma boa noite! E segue em direção a porta. Ao notar o suor
proveniente do nervosismo de Vitor, Lia responde: Boa noite! E sai do consultório
pensando que existem mais mistérios por trás daquelas lentes que supõe a vã
filosofia...
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