A Linguagem de Um Beijo

Beijos são ícones de linguagem corporal. Por meio deles nos expressamos nessa fala sem palavras que diz muito mais de nós do que horas de tagarelice.

Beijos podem ser profundos, ligeiros, tímidos, ousados, dissimulados, explícitos. Ninguém beija por beijar, essa é que é a verdade. Beija-se para dar ao outro uma pista de nossas intenções, beija-se para descobrir quais são as intenções do outro em relação a nós.

Beijos intensos, urgentes, quentes… podem ser trocados com qualquer um. Mas o beijo daqueles que se dispuseram a dar um passo além da explosão dos desejos que envolvem toda a novidade de um novo amor… ahhhh… esse beijo não é apenas verso de um poema… é o poema inteiro, escrito de mãos dadas.

Quem é que não tem em sua memória de coleções afetivas aquelas imagens dos beijos que fazem a gente ficar, insistir, investir… aquele beijo dado na curva do sorriso, querendo alcançar a boca… aquele beijo dado na linha do pescoço com o ombro que faz a alma arrepiar… aquele beijo dado sem demora, como se as horas pudessem ser ignoradas… beijos na palma da mão, indicando que ali há mais que um encontro acidental de corpos que se desejam.

E o poema há de se fundir a outro, e mais outro… há de se emendar a um conto daqueles que valem mais de mil e uma noites. E nesse poema há de ter tantos beijos, quantas forem as histórias dignas de serem lembradas. E no meio desses tantos haverá lugar para os beijos mais preciosos.

Os beijos poderiam ser os sinais de pontuação usados com maestria para redigir nossas histórias de amor. Às vezes são vírgulas; outras vezes, reticências; ora, uma sequência de pontos de exclamação; ora, uma enorme interrogação; e, quem diria, um beijo pode ser um redondo e definitivo ponto final.
(Ana Macarini)


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